terça-feira, 22 de junho de 2010

Ilustração Kaká : Craques da Copa 2010

Pra quem gosta de história em quadrinhos de super-heróis, uma discussão costumeiramente é levantada:

Batman ou Superman? Quem é o mais mais?

O script dessas discussões é que normalmente quem gosta do Batman não gosta tanto do Superman, e vice-versa.

O Batman é um personagem taciturno, eternamente em conflito com ele mesmo, atormentado pelo seu passado traumático (ficou órfão cedo, quando seus pais foram mortos a tiros por um bandidinho mequetrefe de rua). A obstinação dele ultrapassa qualquer limite de racionalidade. Apesar de não matar, costuma burlar a lei para conseguir informações, inclusive usando torturas com os bandidos. Não tem supera-poderes, o que quer dizer que vive arrebentado e ensanguentado. Depende do seu intelecto, de estratégia e dos seus equipamentos para sobreviver nas violentas ruas de Gotham City.

O Superman por outro lado é o estereótipo do herói "perfeito". Tem uns 473 super-poderes diferentes, todos os seus métodos têm a lei vigente como princípio. Força física praticamente ilimitada, é invulnerável à radiação, doenças, altas e baixas temperaturas, fica sussegado se precisar passear na Lua, lança raios incandescentes pelos olhos, olhos estes que também têm visão de raio X, enfim, é desses indivíduos que no quesito "poder" não sabem brincar. Como se não bastasse, a vida dele é bastante inspirada em um ícone de referência de salvação pra vida de muitas pessoas no Ocidente: Jesus Cristo.

Os críticos do Batman acham que ele devia ser talvez menos ranzinza ou outros dizem que ele só é herói porque ele não enfrenta monstros semideuses cheios de poderes absurdos, mas só bandidos humanos em Gotham. Os fãs dele o acham um herói bem humano, cheio de defeitos, qualidades e vulnerabilidades e dizem que esse é que é o grande barato dele. Já os críticos do Superman o acham irritantemente certinho. Que ele só é o que é porque seus poderes são dados gratuitamente devido à influência do Sol amarelo do sistema solar (e isso é verdade, é contado nos quadrinhos) e que, não fosse o Sol amarelo, o Clark Kent seria só mais um na multidão. Os defensores do Super dizem que já que ele recebeu esses dons, ele faz bem em usá-los em prol da humanidade (mesmo ele não sendo humano) da forma mais correta possível.

E por que essa parábola toda sobre os dois heróis?

Porque o Kaká no mundo da bola é uma espécie de Superman.

Ao contrário do caminho que a maioria dos jogadores que atingem o status de ídolo mundial que ele atingiu segue, Kaká sempre se mostrou um cidadão extremamente correto, averso ao sem número de "tentações" que a fama e a fortuna oferecem. E é correto inclusive com os clubes pelos quais passou, tendo saído do São Paulo como forma de ajudar o clube pois a torcida estava de marcação cerrada nele e o contrato estava prestes a chegar num período no qual ou ele era vendido ou o São Paulo não ganhava nem um centavo poucos dias depois. No Milan, virou ídolo rápido e se recusou a deixar o clube, mesmo este tendo recebido a até então maior proposta da história futebolística. Ele queria continuar no clube pelo qual nutriu enorme carinho e identificação independentemente do dinheiro... só foi vendido porque o clube precisava do dinheiro.

Casado, pai, religioso convicto, jogador que veio de origem de classe média, ao contrário da maioria dos jogadores brasileiros (e ainda parece pra cac**** com o Superman).

Apesar d'eu ser fã do Batman (o que me torna um crítico fervoroso do Superman), sempre me rendi à conduta do camisa 10 da seleção brasileira...afinal uma coisa é ser um personagem que é uma metáfora à vida como o Batman, outra coisa é ser um personagem real que é um bom exemplo pra todos...fato cada vez mais raro entre os ídolos do esporte mundo afora (vide Tiger Woods, Maradona, Ronaldo Fenômeno, Michael Schumacher, entre tantos outros que vivem dando suas tropeçadas na vida).

Kaká é O cara da seleção em sua terceira Copa do Mundo.

Ps.: Mais uma vez Adobe Flash CS4.

1 comentários:

Unknown disse...

Você é fera na ilustração.
PARABÉNS